terça-feira, 27 de setembro de 2011

Como escolher o tema para a pregação


Jilton Moraes Oferece preciosas dicas sobre a escolha de um tema para a pregação ou o ensino, no seu livro “Homilética” (Ed. Vida):

a)      Manter um programa de leitura sistemática da Bíblia, pois nas suas páginas encontramos uma fonte inesgotável de ideias;
b)      Um bom programa de leituras variadas também é importante: livros e revistas evangélicos e outras boas literaturas oferecem ideias para temas;
c)       Fatos do dia a dia também despertam temas de pregações: noticias publicadas nos jornais e divulgadas na TV e internet;
d)      Conhecer as necessidades dos crentes através de conversas com eles, da observação e até de pesquisa realizada entre a membresia traz importantes descobertas;
e)      Ler e ouvir outros sermões, não para copiá-los, mas para colher ideias também trará grande ajuda.

Algumas sugestões feitas por ele:

INDAGAÇÕES NOS SALMOS:

·         "Até quando, SENHOR, até quando?" (6.3)
·         "De onde me vem o socorro?" (121.1)
·         "Mas agora, SENHOR, que hei de esperar?" (39.7)
·         "Para onde poderia fugir da tua presença?" (139.7)
·         "Por que você está assim tão triste, ó minha alma?" (42.5)
·         "SENHOR, por que estás tão longe?" (10.1)
·         "Que é o homem, para que com ele te importes?" (8.4)
·         "Como posso retribuir ao SENHOR toda a sua bondade para comigo?" (116.12).

AFIRMAÇÕES NOS SALMOS

·         "Mas os meus olhos estão fixos em ti” (141.8);
·         "A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho" (119.105);
·         "Grandes são as obras do SENHOR" (111.2);
·         "O SENHOR é a minha luz e a minha salvação" (27.1);
·         "O SENHOR é a minha rocha, a minha fortaleza" (22.2)
·         "Mas o Senhor preocupa-se comigo" (40.17);
·         "O meu socorro vem do SENHOR" (121.2).

BEM-AVENTURANÇAS NOS SALMOS:

·         Do homem firme (1.1);
·         Do pecador perdoado (32.1; 128.1);
·         Do homem íntegro (32.2);
·         Do homem bom (41.1);
·         Do homem equilibrado (119.1);
·         Do homem seguro (1.1);
·         Do homem piedoso (119.2);
·         Do homem que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos (128.2);
·         Dos pais (127.5);
·         Do homem que busca refúgio em Deus (146.5)
·         Da nação (32.12);
·         Do povo (149.15).

DEUS NOS SALMOS:

·         Amor (30);
·         Criador (19);
·         Esperança (39.7);
·         Infinito (90);
·         Luz (27.1)
·         Misericordioso (103)
·         Onipotente (90)
·         Onipresente (139)
·         Onisciente (139)
·         Pastor (23)
·         Presente (90)
·         Refúgio e fortaleza (46).

PEDIDOS NOS SALMOS:

·         “Liberta-me da minha aflição” (25.17);
·         “Apressa-te em responder-me, Senhor” (143.7);
·         “Ouve, Senhor a minha oração” (143.1)
·         “Livra-me de todas as minhas transgressões” (39.8);
·         “Livra-me, Senhor, dos maus” (140.1);
·         “Sonda-me, Senhor, e conhece o meu coração” (139.23);
·         “Olha para a minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus pecados” (25.16).

PROPÓSITOS NOS SALMOS:

·         Agradecer ao Senhor (138.1)
·         Bendizer ao Senhor (34.1)
·         Cantar ao Senhor (101.1)
·         Exaltar ao Senhor (30.1)
·         Louvar ao Senhor (145.2)


Estudo Bíblico Indutivo

Outro roteiro para realização de estudos.

Veja aqui.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Realizando um estudo bíblico com amigos

A ABU (Aliança Bíblica Universitária) ensina como fazer um estudo bíblico indutivo com algumas pessoas. Vale a pena colocar em prática.

Veja aqui

Como preparar mensagens bíblicas

Como Preparar Mensagens Bíblicas

INTRODUÇÃO

Há alguns anos, o número de rapazes e moças que subiam ao púlpito para pregar era maior que o de hoje. Na sua simplicidade, falavam do amor de Deus, da Salvação e davam testemunho sob a unção do Espírito Santo. Hoje, parece que a figura do “preletor oficial” inibiu muitos de falarem com ousadia a Palavra de Deus. Parece que há um receio de falar diante de um público que, certamente, é mais intelectualizado que há alguns anos. Jovens pregadores ficam embaraçados e cometem certos deslizes, que poderiam ser evitados. Neste modesto trabalho, vamos dar apenas algumas sugestões, e não um estudo sobre a Homilética (Arte de Falar em Publico).

 I -O QUE PREGAR?

 É a comunicação verbal da Palavra de Deus aos ouvintes. É a transmissão do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo às pessoas que precisam ouvi-lo.

 II- QUAL A FINALIDADE DA PREGAÇÃO?

 É persuadir as pessoas a aceitarem a mensagem da Palavra de Deus para sua salvação (descrentes) ou para seu crescimento espiritual (crentes). Diante disso, o pregador precisa saber para quem esta falando: Para crentes ou para descrentes?

 III- QUE DEVE CONTER A PREGAÇÃO?

 Três coisas são básicas:
1. OBJETIVIDADE. Refere-se ao alvo a atingir. Se pregamos para descrentes, desejamos que eles entendam que precisam crer em Jesus para ser salvos. Devemos orar muito, antes de pregar, para que o Espírito Santo convença as pessoas do seu pecado. Se isso acontecer, a pregação alcança seu alvo. O centro da pregação deve ser Cristo e não o pregador, como acontece em certas cruzadas ou movimentos evangelísticos. Há pregadores que se perdem no púlpito. Começam a falar do amor de Deus, e passam a divagar sobre o Apocalipse, vão até Gênesis, aos profetas e, ao final, não sabem como sair do emaranhado de palavras. É preciso ter objetividade.
2. TRANSMISSÃO. O pregador deve procurar transmitir a mensagem de Deus às pessoas. Paulo disse: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei…” O mensageiro deve receber a mensagem de Deus e transmiti-la aos homens. Não deve ficar inventando mensagens, terias, filosofias para mostrar conhecimentos.
3. CONVICÇÃO. O pregador deve transmitir aquilo de que tem convicção, para que a mensagem seja aceita. Tem que viver aquilo que prega.

 IV – A BASE DA PREGAÇÃO (ou do sermão)

 1. A PALAVRA DE DEUS A base da pregação deve ser a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Podemos dizer, em outras palavras que a base da pregação deve ser o TEXTO BÍBLICO . Ilustrações podem ser aproveitadas, desde que Que se relacionem com o tema da mensagem , mas não podem tomar o lugar da Palavra de Deus. Ouvimos um pregador que, não tendo êxito em “abalar” os ouvintes, apelou para uma história fantasiosa e tomou 80% do tempo destinado à mensagem.
2. QUE TEXTO ESCOLHER? O Pr. Elienai Cabral sugere (em resumo) 8 (oito) características para um bom tema a ser escolhido )p. 50-51).
1) De preferência textos que expressem um pensamento completo;
2) Textos claros. Devem-se evitar textos obscuros como Jd 6; Mt 27.52; 1 Pe 3.19-20 (exigem estudo mais profundo).
3) Textos objetivos: que atendam às necessidades espirituais das pessoas (Com oração e unção).
4) Textos sobre os quais não haja dificuldade para a interpretação (hermenêutica).
5) Textos dentro dos limites de capacidade do pregador.
6) Textos que expressem o tema da pregação para não fugir ao objetivo.
7) Texto que desperte interesse (Com oração, o Espírito mostra o que deve ser pregado).
8 ) Textos cuja seqüência seja de fácil acompanhamento pelo pregador e pelo auditório.

 V – A ESTRUTURA DA PREGAÇÃO ( Do sermão)

 Toda pregação com esboço ou não, deve ser dividida, basicamente, em duas partes:

1. INTRODUÇÃO. É a parte inicial da mensagem, pela qual o pregador entra em contato com o auditório. Visa despertar o interesse pela pregação; “prepara a mente dos ouvintes , para que possam compreender o assunto do sermão e as ideias a serem desenvolvidas…” (Key, p. 31). Uma boa introdução deve ser BREVE, SIMPLES, INTERESSANTE E APROPRIADA. (Cabral, p. 66) Conhecemos um grande pregador que gasta 30 ou 40 minutos na introdução. Isso cansa, principalmente os descrentes. A introdução não deve ir além de 10 ou 15% do tempo da mensagem. (Normalmente, o pregador sabe de quanto tempo dispõe, exceto em casos especiais).

2. CORPO (ou desenvolvimento) DA MENSAGEM (Do sermão). É a parte mais importante da mensagem. Ela deve conter a sequencia das ideias a serem apresentadas. No corpo do sermão ou da mensagem, podemos ter:
1) Ordem ou divisões (1º , 2º, 3º , etc.);
2) Transição de um pensamento para outro. As divisões devem ser de acordo com os objetivos da mensagem; devem-se evitar ” excesso de floreios”, “rodeios”, ou “conversa fiada”. O povo percebe.

3.CONCLUSÃO. É o auge da pregação. O seu clímax. Nela, o pregador faz a aplicação do que pregou no corpo do sermão. Nesse momento, o pregador e o auditório, pelo poder do Espírito Santo, devem chegar à conclusão de que a mensagem atingiu seu objetivo. Sem uma boa conclusão, o que foi dito pode perder o brilho. Uma conclusão pode ser feita através de:
1) Recapitulação. O pregador deve rever o que pregou, em resumo ou tópicos, evidenciando pensamentos-chave, pontos fortes da mensagem (Cabral, p. 70).
2) Narração. O pregador pode valer-se de um fato, uma rápida ilustração para comover o auditório, levando o descrente a uma decisão, na unção do Espírito Santo.
3) Persuasão . É a parte mais difícil da conclusão. Depende muito mais do Espírito Santo do que do pregador. Por isso, toda mensagem deve ter a unção do Espírito Santo. Para tanto, o pregador precisa orar muito, e até jejuar, diante de Deus, para que a mensagem atinja seu alvo.
4) Convite. Toda pregação deve terminar com um convite ou apelo, seja para pecadores, seja para a igreja. Um convite na unção do Espírito tem maravilhoso efeito no coração das pessoas. De acordo com Braga (p. 211-212), a conclusão deve ser breve e simples, e com palavras adequadas. Certo jovem pregou numa igreja. Ao fazer o apelo, não vendo ninguém atender, passou a contar que alguém ganhou um grande prêmio porque deu uma grande oferta para a Obra. Desviou totalmente o alvo da mensagem.

 VI – TIPOS DE SERMÕES

1. SERMÃO TEMÁTICO (Ou Tópico).
É aquele “cujas divisões principais derivam do tema, independentemente do (Braga, p.17). Exemplo: Tema: “Causas para a Oração não Respondida”: 1) Pedir mal. (Tg 4.3); 2) Pecado não confessado (S1 66.18); 3) Duvidar da palavra de Deus (Tg 1.6-7); 4) Vãs repetições (Mt 6.7); 5) Desobediência à Palavra (Pv 18.9); 6)Mal relacionamento conjugal (1 Pe 3.7);

2. SERMÃO TEXTUAL
É aquele em que as divisões principais do derivadas de um TEXTO constituído de UMA BREVE PORÇÃO DA BÍBLIA ( Braga, p. 30). Exemplo: Titulo: “O Único Caminho Para Deus” (Jo 14.6). 1) Através de Jesus, o único caminho. 2) Através de Jesus, a verdade. 3)Através de Jesus, a vida.

3. SERMÃO EXPOSITIVO
É aquele em que as divisões baseiam-se numa porção mais extensa (texto) da Bíblia, não abrangendo “um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro” (Cabral, p. 78). Nele , é mostrada (exposta) uma verdade contida num texto bíblico. Exige tempo, estudo e conhecimento bíblico. Exemplo: Titulo: “O Cordeiro de Deus” (Ex 12. 1-13) 1)Foi um cordeiro divinamente determinado (vv. 12.1-3) 2) Foi um cordeiro perfeito (12.5); 3) Foi um cordeiro morto (12.6); 4) Foi um cordeiro redentor (12.7; 12-13); 5) Foi um cordeiro sustentador (12.8-11).

VII- QUALIDADES DO BOM PREGADOR

1. Personalidade É o que caracteriza uma pessoa e a torna diferente de outra. “É tudo quanto o indivíduo é”. Na pregação, o pregador demonstra que tem personalidade, quando se expressa, falando ou gesticulando, de acordo com aquilo que ele é e não imitando outras pessoas. De vez em quando, percebem-se pregadores imitando evangelistas famosos, dando gritos, pulando e correndo no púlpito, torcendo o pescoço, ajeitando a gravata, falando rouco ou estridente. Isso é falta de personalidade. É querer ser ator, imitador e não um instrumento nas mãos do Espírito Santo.

2. Espiritualidade. Nessa característica, podemos observar os seguintes aspectos: 1) Piedade. É o sentimento de devoção e amor pelos outros e pelas coisas de Deus. O pregador deve sentir pelo Espírito as necessidades do auditório, principalmente dos pecadores. (1 Tm 4.8; Hb 12.28). 2) Devoção É o sentimento religioso, de dedicação às práticas ensinadas na Palavra de Deus. Na devoção, o pregador busca inspirar-se na ORAÇÃO, na LEITURA DA BÍBLIA, e no LOUVAR A DEUS. Temos visto verdadeiros profissionais da pregação, técnicos, que sabem pregar, mas não sabem orar; sabem gritar, mas não sabem amar as almas. Pregam por interesse, por torpe ganância. Que os jovens pregadores (e os antigos) não entrem por esse caminho. Conta-se que Moody, o grande evangelista, orava uma hora para pregar cinco minutos. Enquanto isso, temos pregadores que oram cinco minutos para pregarem uma hora!

3) Sinceridade Reflete a verdade contida na própria alma. O pregador deve pregar aquilo que vive e viver aquilo que prega (Tg 2.12). Um jovem, dirigente de Mocidade, pregava bem. O povo se alegrava. Mas, um dia, uma jovem descrente procurou a direção da igreja para dizer que estava grávida dele e, o pior, o jovem não assumiu a paternidade. Por fim, confessou o pecado, foi excluído, e contribuiu para uma alma descrer do evangelho.

4) Humildade “Nenhum pregador pode subir ao púlpito sem antes ter descido, pela oração, os degraus da humildade. Na oração, o egoísmo se quebranta. O medo se desfaz, e a certeza da vitória aparece clara como a luz do sol ao meio-dia” (Cabral, p. 43). (Ler Pv 15.33). Um jovem vivia criticando quem ia pregar, dizendo que, se fosse ele, pregaria muito melhor. Um dia, o pastor deu oportunidade ao moço para pregar. Ele subiu ao púlpito, orgulhoso, sorridente. Tentou achar um texto na Bíblia, de um lado para outro, e nada. Suou, pediu desculpa, e desceu cabisbaixo. Sentou noutro lugar, junto a um irmão experiente, que, percebendo sua tristeza, disse: “Moço, se você tivesse subido como desceu (humilde), teria descido como subiu (alegre)”. E uma grande lição para todo pregador.

5) Poder O pregador (jovem ou não) precisa do Poder de Deus. S. Paulo disse que não pregava sabedoria humana, mas com poder (1 Co 1.4-5). É preciso ter unção e graça para pregar. Do contrário, ocupa-se o púlpito e o tempo para dizer coisas inoportunas. E melhor um sermão fora da Homilética, mas na unção de Deus, do que dentro da técnica, e sem poder. Isso só se consegue com oração, jejum, leitura bíblica, e vida consagrada. Não se obtém num curso de Homilética.

BIBLIOGRAFIA
BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas. S. Paulo, Ed Vida, 1993.
CABRAL, Elienai. O pregador eficaz. Rio, CPAD, 1983.
KEY, Jerry Stanley. José da SiIva, um pregador leigo. Rio, JUERP, 1978. (Natal, 7 de abril de 1995)

Pr. Elinaldo Renovato de Lima.
Extraído de Estudos Gospel